De volta às aulas, recomeça o ciclo de um novo ano escolar com reuniões, calendários, aulas e avaliações previsíveis. Adoramos rituais, datas comemorativas, dias de festa. Gostamos dos calendários, dos ciclos, dos ritos de passagem, como as festas de quinze anos, de casamento; de ingresso e formatura da Faculdade. Vivemos uma tensão permanente entre a previsibilidade do rito e a emoção do novo, do diferente; entre o real vivido e o real imaginado. Os ritos nos acalmam e o diferente nos estimula.A educação está cheia de rituais: de entrada, de permanência e de saída. Dentro da nossa mente vive o conceito de semestralidade, o do período de aulas, as salas, os exames, o período de férias. Parece que sem eles não aprendemos de verdade.Ao mesmo tempo, essa previsibilidade nos sufoca, empobrece, banaliza. A busca pela novidade, pela mudança, pelo diferente atrai e assusta. Desejamos mudar, mas nos sentimos confortáveis nos modelos conhecidos, nos rituais sempre repetidos. Só quando esses rituais se tornam insuportáveis, incongruentes e antieconômicos é que o desejo de mudança começa a pesar mais e nos pressiona para novos caminhos.Parte das pessoas já está nessa fase de transição para outros modelos, já superou o medo da mudança. Uma outra boa parte ainda prefere, mesmo com ressalvas, manter-se na segurança dos ritos conhecidos. Apesar do desejo de mudança, a maioria permanece na previsibilidade do conhecido, no conforto do modelo já testado, no aconchego do ninho.Mesmo dentro de estruturas e ritos previsíveis, é importante a experimentar novidades, a arriscar experiências, a fazer atividades diferentes. A repetição sem inovação numa época de grandes mudanças é o melhor caminho para o empobrecimento, para o desânimo e para o fracasso.
Prof. Manoel Moran